Monday, August 07, 2006

Só me aptece fazer poemas quando te vejo
e nunca te disse nada porque talvez me agrade
não te dizer nada e ter-te assim
como te imagino
minha sem seres minha porque
revejo o meu silêncio no teu
e se é verdade que há ruído sempre que te vejo
sempre que te vejo faz-se silêncio
e eu ouço apenas o vento que varre a cidade
e lava as folhas secas
e acaricia o cimento pesado dos prédios
e então eu vejo nos teus passos a minha busca
e na tua maneira apressada de olhar
a dança frenética do vento
e nos teus olhos aquele fogo escuro
que me faz querer reconstruir o mundo
e acompanhar o vento na sua dança louca
entre o cimento desta cidade
e dizer-te que a tua busca é a minha
e dizer-te que o teu silêncio é o nosso
e que os teus olhos fazem com que me perca
no meio de tudo isto....

(num poema de amor há vento, fogo,silêncios falsos e verdadeiros também,mas não há, nunca, pontuação)
César Adão

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