Thursday, June 14, 2007

E sofia disse:

"E se fosses flor, olharias para mim dessa maneira?
Ou continuarias na ignorância da minha existência?
Desajarias que fosse outra para além de mim própria?
Ou tomavas-me em teus braços consciente de quem sou e o que sou?"

Não há na vida lenços que possam enxugar as lágrimas que escorrem pelas pétalas singelas da Primavera.

Thursday, June 07, 2007

Sonhei-te aqui, longe de mim, esperando a Lua e à procura de tudo o que existe e persiste. Vieste, mas logo foste. O vento corria distante. As maças sentadas a contemplar a leve dança das folhas. Desespero constante. Não havia mais mel para humedecer os lábios. Ríamos no chão do campo verdejante e saltitante. Loucos éramos. Percorríamos a erva, os malmequeres e os morangos que ali se tornavam grandes. D'oiro eram os chapéus do trigo que tombavam com cada suspiro daquele que flutua na face. Éramos pequenos admiradores de sorrisos. Sonhei-te longe, aqui perto de mim. As maõs trocavam olhares, os olhos beijavam as faces e os corpos escutavam...escutavam os sons que, desde cedo, madrugaram da casa de um senhor a quem chamam de Inverno. Aqueceu-se a fonte do batimento cardíaco e quando ela chegou, descobriu-se o que outrora fora queimado com o gelo ofuscante e que, pensavam eles, se tivera escondido nos braços de uma Eternidade...

Sunday, June 03, 2007

Wanted / Procura-se


Who is the author of this painting?
Quem é o autor deste quadro?
¿Quién es el autor de esta pintura?
Wie de auteur van dit het schilderen is?
Qui est l'auteur de cette peinture?
Wer der Autor dieses Anstriches ist?
Ποιος είναι ο συντάκτης αυτής της ζωγραφικής?
Chi è l'autore di questa pittura?
この絵画の著者はだれであるか?
이 회화의 저자는 누구 이는가?
Будет автором этой картины?

Sunday, May 13, 2007

como dói não te ter aqui, perto de mim...

Tuesday, May 08, 2007

Para ti....

Tuesday, April 24, 2007

Quero mostrar-te este mundo,
Quero os teus olhos para ver
o que te toca no fundo,
Qual a razão de viver.

Quero ensinar-te a amar,
Quero ctg aprender a ter na vida um lugar perto de outro ser.
Se eu poder descobrir,
quero deixar-te encontrar a razão de permitir o coração comandar..

Luís Pedro Silva (Tuna de Medicina do Porto)

Sunday, April 15, 2007

Esta palavra que se repete indefinidamente na minha mente,
Ocupa um lugar primordial no campo lexical que me dá a razão.

Experiências vividas do ser mental,
Sonhos sentidos no campo vital,
Que jamais tomaram forma de existência.

Ilusões diferenciadas,
Caminhos determinados numa breve inspiração,
Mas logo exterminados
Pela expiração.

O que sou?
Porque não o sou?

O Receio - seu companheiro da busca incessante - amolece o corpo,
Transformando-o em angústia extrema.
Aah como dói não te ter aqui perto de mim...

Uma cobarde sou.
"Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver,
(...)
Não vejo nada assim enlouquecida..." (Fanatismo de Florbela Espanca)

Só te vejo a ti em todo o meu ser
A Tua contemplação a cada instante.
Desnecessário é cerrar os olhos para estares junto de mim.

"Minh'a alma de sonhar-te anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
(...)
Não vejo nada assim enlouquecida"

So te vejo a ti em todo o meu ser...

O QUE TU ÉS

És Aquela que tudo te entristece,
Irrita e amargura, tudo humilha;
Aquela a quem a Mágoa chamou filha;
A que aos homens e a Deus nada merece.

Aquela que o sol claro entenebrece,
A que nem sabe a estrada que ora trilha,
Que nem um lindo amor de maravilha
Sequer deslumbra, e ilumina, e aquece!

Mar Morto sem marés nem ondas largas,
A rastejar no chão, como as mendigas,
Todo feito de lágrimas amargas!

És ano que não teve Primavera...
Ah! Não seres como as outras raparigas
Ó Princesa Encantada da Quimera!...

Florbela Espanca

EU

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ningém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca

Um canto de mim

Esta voz com que canto
Vem-me da alma e o tempo
Ensinou-me o encanto
Do vento

É a voz de amor
Que vem cá de dentro
É o grito exterior
Do pensamento

O meu amor é todo para ti
Desde que te conheci
Canto os teus olhos
A terra e todo o mundo
O meu sentimento mais profundo

Música e letra de Daniel Pereira/Arrefole

Tuesday, April 03, 2007

Um simples diálogo

Sofia avistara-o ao longe. Ao aproximar-se dela, dirigiu-lhe a palavra colocando-lhe a fatal questão:
Então Sofia, tudo bem?
Ela ficara parada por breves instantes a pensar no que lhe iria responder. (...)
Foi então que proferiu as seguintes dolorosas palavras:
- Não, não está tudo bem! Estou deseperada! Um dia não me disseste que querias ser meu amigo?, pois chegou a tua altura. Senta-te aqui do meu lado e escuta o que tenho para dizer. Necessito de libertar esta angustia que me domina o peito. Estou deseperada. Não sei o que fazer.
- Mas o que te aconteceu, querida Sofia? o que te fizeram para estares nesse estado? - disse o rapaz com um ar todo embasbacado, pois nunca tivera antes visto a gélida Sofia em tal estado.
- Estou apaixonada Luís!!!Estou apaixonada! É terrível!! Estou apaixonada! Ai meu Deus, o que hei-de fazer? O que me havia de acontecer!- exclamou a pobre.
Ele perante tal transtorno respondeu:
- Oh Sofia, mas isso lá é razão para estares assim? Estar apaxionado é maravilhoso. É belo. É lindo...
- Eu sei Luís, é maravilhoso, é uma dádiva dos deuses. Mas não nestas condições. A presença deste ser na minha mente é uma constante - disse Sofia, recordando-se de todos os momentos com ele vivido - sei-o todo de cor. O seu sorriso... a sua tristeza... como dança... como abraça... o modo como se move... o seu galanteio...a forma como me dirige a palavra... o que pensa quando faz aquela cara estranha... o seu ar altivo... o seu olhar... Sei-o de cor. Imagino-me tocando-lhe na face... sentindo a minha mão na dele...imagino-me com ele na Escócia, na Irlanda, na neve, na praia, em todo lado Luís. Em todo o lado. Mas tenho de o tirar da minha cabeça!Tenho! É necessário.
- É necessário porquê Sofia? Não vejo mal nenhum nisso, é perfeitamente natural. Tu és uma mulher e ele um homem. Porque não te apaixonares por ele? - disse Luís.
Ao que Sofia replicou:
- Porquê?! Ora porquê...
(...)
E agora diz-me o que vou fazer?
(...)
Não percebo...Não percebo... Quase que demos um beijo. Foi um momento deveras bonito. Sinto-o como se fosse ontem e agora... mas passado um mes e pouco, ele... ele..
- Mas quem é ele Sofia? - perguntou Luís - conheço-o?
- Sim Luís...como bem o conheces. És tu...

E foi assim, que a bela e doce Sofia, virou as costas ao homem que... finalmente trespassou o seu coração, deixando-o para nunca mais...talvez o encontrar.