Tuesday, April 03, 2007

Um simples diálogo

Sofia avistara-o ao longe. Ao aproximar-se dela, dirigiu-lhe a palavra colocando-lhe a fatal questão:
Então Sofia, tudo bem?
Ela ficara parada por breves instantes a pensar no que lhe iria responder. (...)
Foi então que proferiu as seguintes dolorosas palavras:
- Não, não está tudo bem! Estou deseperada! Um dia não me disseste que querias ser meu amigo?, pois chegou a tua altura. Senta-te aqui do meu lado e escuta o que tenho para dizer. Necessito de libertar esta angustia que me domina o peito. Estou deseperada. Não sei o que fazer.
- Mas o que te aconteceu, querida Sofia? o que te fizeram para estares nesse estado? - disse o rapaz com um ar todo embasbacado, pois nunca tivera antes visto a gélida Sofia em tal estado.
- Estou apaixonada Luís!!!Estou apaixonada! É terrível!! Estou apaixonada! Ai meu Deus, o que hei-de fazer? O que me havia de acontecer!- exclamou a pobre.
Ele perante tal transtorno respondeu:
- Oh Sofia, mas isso lá é razão para estares assim? Estar apaxionado é maravilhoso. É belo. É lindo...
- Eu sei Luís, é maravilhoso, é uma dádiva dos deuses. Mas não nestas condições. A presença deste ser na minha mente é uma constante - disse Sofia, recordando-se de todos os momentos com ele vivido - sei-o todo de cor. O seu sorriso... a sua tristeza... como dança... como abraça... o modo como se move... o seu galanteio...a forma como me dirige a palavra... o que pensa quando faz aquela cara estranha... o seu ar altivo... o seu olhar... Sei-o de cor. Imagino-me tocando-lhe na face... sentindo a minha mão na dele...imagino-me com ele na Escócia, na Irlanda, na neve, na praia, em todo lado Luís. Em todo o lado. Mas tenho de o tirar da minha cabeça!Tenho! É necessário.
- É necessário porquê Sofia? Não vejo mal nenhum nisso, é perfeitamente natural. Tu és uma mulher e ele um homem. Porque não te apaixonares por ele? - disse Luís.
Ao que Sofia replicou:
- Porquê?! Ora porquê...
(...)
E agora diz-me o que vou fazer?
(...)
Não percebo...Não percebo... Quase que demos um beijo. Foi um momento deveras bonito. Sinto-o como se fosse ontem e agora... mas passado um mes e pouco, ele... ele..
- Mas quem é ele Sofia? - perguntou Luís - conheço-o?
- Sim Luís...como bem o conheces. És tu...

E foi assim, que a bela e doce Sofia, virou as costas ao homem que... finalmente trespassou o seu coração, deixando-o para nunca mais...talvez o encontrar.

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